Inspirada por este comentário resolvi publicar este texto que preparei há mais de um ano para uma revista, mas que acabou não sendo utilizado. Lá vai:
Sergipe é o país do sabor
Sergipe é um estado rico em sabores. Prato cheio para quem gosta de cozinhar e de comer. A variedade de frutas é incrível. Muitas singulares, como caju, jenipapo, jaca, mangaba, jambo; marcantes, como a manga, o cajá, a seriguela, o umbu ou a pitomba – boas para chupar de bacia. Opções para sucos refrescantes e compotas não faltam.
A rotina sertaneja e os ritmos praieiro e ribeirinho têm muito a ver com o que é servido no dia-a-dia. Carne assada, feijão com farinha, macaxeira e inhame cozidos, requeijão do sertão, ensopado de bode, pirão, pratos considerados pesados sempre deram sustança ao cabra que encara o sol na lida diária da roça.
Já o ritual de quebrar caranguejo, caldinho de sururu, moquecas, peixe frito, lambretas e camarões têm cara de mesa posta sob o céu, pé na água e uma bela paisagem. Programa de domingo para muitos aracajuanos é beber cerveja e comer caranguejo, sem hora para ir embora, na praia ou à beira do rio.
Para começar bem o dia, um farto café da manhã sergipano, muito semelhante ao do Nordeste em geral. Numa mesma mesa é possível encontrar cuscuz de milho e de arroz, macaxeira cozida, carne do sol assada, ovo, queijo de coalho e às vezes um beiju de tapioca, bolos de puba, leite ou macaxeira. No interior vale até peixe frito e camarão de água doce. Os mais tradicionais não dispensam uma carne cozida, de bode, boi ou capão, encontrada bem cedinho por turistas e adeptos
nos Mercados Municipais Thales Ferraz e Antonio Franco.
São ingredientes e pratos para muitas edições, mas o prato do dia é a feijoada sergipana. De preparo semelhante ao da já internacional feijoada carioca, a nossa varia no tipo de feijão e em alguns temperos e leva verduras como acompanhamento.
Não dá para dizer qual é a original, até porque, segundo Câmara Cascudo, em seu livro História da Alimentação no Brasil, a feijoada “é uma solução européia elaborada no Brasil. (...) É o cozido português, o bollito italiano, a olla podrida, puchero, paella, cocido espanhóis, e mais o pringá andaluz, pilota catalã, fabada valenciana, pote galego, pot-pourri, a cassoulet de Toulouse, de Castelnaudary, de Carcassone, quase sempre em panela de barro, elogiado como uma glória
nacional”. Vamos à nossa:
Ingredientes para quatro porções
200 g de charque
200 g de carne verde
200 g de costela de porco
200 g de pé de porco
200 g de calabresa ou paio
200 g de rabo de porco
500 g de feijão mulatinho
Quanto baste de alho, cebola, tomate, pimentão, folhas de louro, cebolinha e pimenta-do-reino para temperar.
Quanto baste de abóbora, quiabo, maxixe, couve, chuchu e cenoura, que são cozidas junto das carnes, mas servidas à parte.
Modo de preparo
Deixe o feijão já lavado de molho por no mínimo 2 horas. As carnes salgadas devem permanecer em água abundante por pelo menos 5 horas. Depois de
escorridas, ferve-se por 10 minutos.
Faça um refogado com os temperos. Acrescente as carnes e o feijão, cubra com água e deixe ferver por uma hora. Junte as verduras, com o cuidado de colocar as mais macias, como quiabo e chuchu, por último. Deixe até ficarem apenas cozidas. Bom apetite!
Gostei desta feijoada, Gabi!
ResponderExcluirLegal conhecer as tradições gastronômicas do Sergipe que para mim só se diferenciava do resto do nordeste pela abundância de carangueijo rs desculpe a ignorância da paulista aqui...:)
Que bom que gostou, D'Addio!
ResponderExcluirQuando vier nos visitar preparo uma dessas pra você =)
aonde você está trabalhando agora? saudades dos seus bolos!
ResponderExcluironde vc está trabalhando agora?
ResponderExcluirsaudades dos quiches e dos bolos maravilhosos!
Bjo, Ellen
olá, Ellen! Por enquanto estou trabalhando em casa atendendo apenas encomendas =}
Excluireu também fico com saudades da confeitaria às vezes..
beijo!